Incerteza e instabilidade econômica causam pânico nos mercados globais

 

O anúncio do Presidente Donald Trump de postergar a aprovação do novo pacote de estímulos econômicos após a conclusão das eleições impactou negativamente nos mercados. Some-se a isso os anúncios de Alemanha e França de lockdown por 01 mês com a finalidade de suprimir a propagação da segunda onda do coronavírus (covid-19), o que se inicia na sexta-feira (30.10.2020).

O aumento das incertezas e receio quanto a nova onda de instabilidade econômica mundial resultou em forte pressão vendedora dos ativos, conforme se verifica na forte queda do SP500 que abriu com gap de baixa que fechou com candlestick de corpo real de baixa, demonstrando que o mercado está insatisfeito com o atual cenário econômico mundial. Segue:

SP500 diario

 

Este ambiente afetou o humor dos investidores levando o IBOV a fechar com 95.368,76 pontos, podendo caminhar em direção ao suporte próximo em 94.000,00 pontos, conforme se verifica:

 

Este movimento de baixa do IBOV também é resultante das incertezas quanto a aprovação das reformas administrativa e reforma tributária, visto que o Governo para conter o endividamento público pode lançar mão de política fiscal contracionista com a finalidade de conter o gasto público, melhorando o ambiente econômico interno, bem como devolvendo a confiança dos investidores. Todos estes fatores desencadearam a depreciação do real ante o dólar, porque os investidores realizam operações de hedge no dólar com a finalidade de se protegerem das incertezas econômicas, vide:

dolar real

No entanto, importante mencionar o ponto positivo do dia, em que o COPOM manteve a taxa básica de juro (SELIC) em 2% ao ano, o que já era aguardado pelo mercado, cuja manutenção de política expansionista econômica tem por finalidade estimular o desenvolvimento da atividade econômica.

A manutenção da taxa básica de juro (SELIC), constitui fato positivo, pois nova redução poderia impactar diretamente o câmbio, resultando em depreciação da moeda brasileira ante o dólar, além dos receios quanto a eventual armadilha da liquidez, caso a política monetária seja insuficiente para impulsionar a atividade econômica, o que poderia, ainda, resultar em aumento inflacionário que poderia ser contido por meio de aumento do juro, porém aumentar o juro neste cenário seria grave ao país que possui uma economia fechada.